Um dia um povo sonhou com a liberdade
e esse povo acreditou no sonho e lutou por ele.
Houve até quem por ele morresse.
O sonho deste povo foi objecto do sonho
de tantos outros.
Mas o sonho deste povo foi um sonho
diferente dos outros sonhos.
Enquanto o sonho de além-mar
era um sonho de ambição e dominação
o sonho deste povo era de libertação.
O sonho deste povo era sonho de amor à terra;
terra já irrigada pelo suor
até de sangue de filhos deste povo.
O sonho deste povo foi um sonho de amor
e no acto de amar até parceiros de além-mar
a este sonho vieram se somar.
E no somar dos sonhos eis que o eco ou o grito
de independência deste povo. É aquele grito
do sonho deste povo que ainda e eco no ar.
É eco aos ouvidos de geração a geração
que ainda insiste em sonhar.
Uma parte de mim é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Traduzir uma parte
na outra parte
que é uma questão
de vida ou morte
será arte?