Domingo, 23 de Setembro de 2007
...
Choro por ela, por tudo ou por nada.
Quero chorar e não consigo,
Chorar por ela, por tudo, por nada,
Frustado por não conseguir tê-la a amar,
Cansado por não a fazer pra mim olhar.
É um peso ofegante no meu pescoço,
São batidas delirantes no meu coração,
É um formigueiro pelo corpo acima,
É o esforço para viver no precipício.
Muitas vezes passo a minha mão pela cara,
Escondendo meu rosto de sofrimento por nada,
Ou por tudo que me bate como uma forte estalada,
Incompreendida fica minha reacção aos que me olham.
Choro sem conseguir chorar,
Choro uma lágrima, uma dor, uma desilusão,
Triste por tudo eu amar e tudo a mim não me ama,
Infeliz fico por tudo neste mundo ser o vazio sem chama.
Como posso explicar tanta coisa por explicar,
Se sinto e vejo para depois logo esconder cá dentro,
Multiplicando os amores, paixões e corações passados,
Não sabendo quando chorar, quando amar, quando falar.
Por mais ondas que apanho no mar do amor,
Por mais pancadas que levo neste coração,
Erro e erro, e erro, e volta tudo a acontecer,
Eu sofro, e deixo a onda sempre me bater.
Nado ás escuras contra a corrente contrária,
Corro numa estrada sem fim e sem parar,
Por tudo o que vou sentir por ela, por amar,
Ou por nada vou ficar sempre de novo a chorar.